13 dias a bordo do Creoula: Ultimo dia ;(

Eis que chega a manhã de sábado dia 4 de Outubro. Seria um dia longo carregado de emoções. A habitual alvorada ecoou às 7H00, e a formatura para limpezas habituais, logo a seguir. Depois das tarefas foram concedidas as licenças , para as últimas recordações e as últimas compras.

Ao ritmo do já familiar balanço do Creoula, é tempo de iniciar a feitura das malas, trocar contactos e prometer visitas ao navio. “É comum ver sair daqui instruendos com lágrimas nos olhos” avisava um dia o comandante do Creoula, e de facto isso aconteceu…. Muitas lágrimas misturadas com sorrisos, beijos, abraços e acenos foram trocadas pela tripulação e pelos 51 instruendos que deixavam o porto do Funchal em direcção ao aeroporto da Madeira. Aprender a navegar foi o que moveu a maior parte dos participantes que se inscreveu nesta viagem. Porém a experiência de vida a bordo, o conhecimento aprofundado do modo de vida dos 40 tripulantes, a necessidade de gerir em 67 metros o relacionamento com quase uma centena de pessoas, a ausência de privacidade e a falta do conforto da terra firme, trouxeram aos participantes um enriquecimento maior do que o conhecimento das técnicas marítimas, o espírito de sacrifício, o trabalho de equipa e o reforço do espírito de grupo. Valores que foram solidificando ao ritmo do balanço de um navio a fazer lembrar a sabedoria de um nó de marinheiro que não terá desenlace mesmo em terra firme.